Foto: Elza Lima |
Aos 81 anos de idade, morreu, na manhã deste domingo (27), o filósofo e escritor paraense, Benedito Nunes.
Autodidata, foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia do Pará, que depois foi incorporada à UFPA (Universidade Federal do Pará). Foi também um dos intelectuais mais respeitados no Brasil com projeção no exterior.
O corpo de Benedito Nunes esta sendo velado na Igreja de Santo Alexandre, na Cidade Velha e o horário do enterro ainda não foi divulgado e na manhã desta segunda-feira (28), será realizada uma missa de corpo presente na mesma igreja.
O filósofo - Benedito José Viana da Costa Nunes, nasceu em Belém do Pará, no dia 21 de novembro de 1929. Definia-se como um: “Eterno aprendiz e autodidata” e descrevia sua obra como “um tipo mestiço das duas espécies, a filosofia e a literatura”. Professor, filósofo, crítico e ensaísta, especializou-se em analisar obras de grandes escritores brasileiros como Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto e Guimarães Rosa..
Benedito Nunes também recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura (1987) e o Prêmio Machado de Assis (2010).
Ensinou literatura e filosofia em universidades brasileiras, francesas e americanas. Escreveu artigos e ensaios para jornais e publicações locais, nacionais e internacionais. Aposentou-se como professor titular de Filosofia pela UFPA, tendo recebido o título de Professor Emérito, em 1998. Neste ano, foi um dos ganhadores do prêmio multicultural Estadão.
A obra - É autor de: Encenação de Morte e Vida Severina, no 1º Festival Nacional de Teatro Amador (1958), no Recife, o que lhe valeu o prêmio de melhor adaptação teatral; O Mundo de Clarice Lispector (1966); Poesia de Mário Faustino (1966); Farias Brito: Trovas Escolhidas (1967); O Dorso do Tigre (1969); Leitura de Clarice Lispector (1973); Oswald Canibal (1978); O Livro do Seminário (1983); Passagem para o Poético: Filosofia e Poesia em Heidegger (1986); O Tempo na Narrativa (1988); A Paixão Segundo GH/ Clarice Lispector (1988); O Drama da Linguagem: uma Leitura de Clarice Lispector (1989); O Crivo de Papel (1999) e Hermenêutica e Poesia — O Pensamento Poético (1999).
A Homenagem, o Legado - A senadora Marinor Brito, líder do PSOL no senado federal e o deputado Edmilson Rodrigues lamentaram a perda. Marinor ressaltou a importância do professor Benedito Monteiro para a produção intelectual brasileira nas últimas décadas. “É sempre lamentável quando um grande brasileiro da importância de Benedito Nunes nos deixa”. E ressaltou: “o legado de um homem que dedicou sua vida toda a produzir conhecimento que avançassem o desenvolvimento humano do nosso povo é merecedor de toda homenagem e o que tenho a dizer é muito obrigada”, disse consternada.
O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL) disse que: “Benedito Nunes compõe um grupo seleto de pensadores contemporâneos da humanidade e sua importância equivale a de Martin Heidegger, Edgar Morín, Hegel e Karl Marx, cada um ao seu tempo”. E ainda: “Ele – Benedito - é um dos mais importantes críticos literários contemporâneos, de forma que sua morte significa uma perda irreparável para todos nós”, disse.
Um comentário:
Tudo que dissermos neste momento parecerá vazio.
Que DEUS possa abençoar e confortar seus famíliares,pois sua memória será lembrada por muitos, envolto em profundo respeito e carinho.
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