Inconformados com a derrota nas eleições, ex-DAS atacam opositores

Não posso deixar de reconhecer que, quando dei início (claro, junto com centenas de pessoas) à luta pelas nomeações dos concursados, com o necessário enfrentamento aos arrogantes dirigentes do governo petista e seus aliados, dei a minha humilde parcela de contribuição para o enterro do governo do PT no Pará.

Assim, com a merecida derrota eleitoral de Ana Júlia Carepa, simpatizantes, militantes, filiados e aliados do Partido dos Trabalhadores (PT), que viviam aboletados nos órgãos da administração pública estadual, ficaram sem seus empregos de secretários de Estado e assessores comissionados (DAS).

Lembro dessas pessoas entrando e saíndo dos edifícios do governo, quando íamos tentar negociar as nomeações dos concursados que passaram, mas não foram chamados para ocupar seus postos no serviço público estadual. Insensíveis, nos mandavam esperar por horas nas antesalas, para então nos dizer que o governo não possuía recursos para fazer as convocações. E, quando, lhes perguntávamos, por que, então, estavam contratando servidores temporários, eles nunca tinham respostas convincentes ou ficavam mudos.

Agora, fora do comando do governo, enquanto muitos tentam um novo emprego, um grupo pequeno (um grupelho) se organiza para fazer críticas, não apenas ao novo governo, mas a todos os que, de alguma forma, foram seus adversários. Entre eles eu.

Risíveis, levianos e infantis, postam mensagens em blogs e no Twitter, afirmando que sou o "culpado" pela derrota do governo do PT e até me nomeiam de "neo-tucano", traidor, irresponsável... (ha ha ha).

Não quero citar nomes, mas conheço a maioria deles. Já militamos juntos no Partido dos Trabalhadores.

Para quem não sabe, fui filiado ao PT até 2005, quando pedi desfiliação, envergonhado com a enxurrada de denúncias de corrupção e participação de dirigentes petistas em esquemas de desvio de recursos públicos. Para mim, a desfiliação ao PT foi a maneira que encontrei para lidar com a minha própria consciência. Além do mais, precisava dar satisfações a familiares e amigos.

Mas, apesar disso, ainda guardo boas lembranças dos tempos de militância petista. Aliás, meus grandes amigos daqueles tempos, ainda são grandes amigos hoje. E, claro, nenhum deles faz parte desse grupo de zuretas insatisfeitos.

Essas ofensas tem se tornado cada vez mais frequentes, principalmente quando me vêem tentando um canal de diálogo com o novo governo, com a finalidade de conseguir a nomeação dos aprovados nos concursos públicos. Dizem que devo tratar Simão Jatene da mesma maneira que tratava Ana Júlia Carepa. Como se estivéssemos sendo açoitados pelo novo governo, como o fomos pelo anterior.

Ainda desnorteados com a derrota que sofreram em 2010, pioram ainda mais quando vêem o novo governo dialogando concosco, nos recebendo em audiência e demonstrando, de alguma forma, que querem resolver o problema das nomeações. Bem diferente do que faziam os petistas, quando tiveram oprtunidade.