No próximo dia 11 de novembro, os servidores públicos da Casa Mental de Saúde do Adulto realizarão um novo protesto para pedir o afastamento imediato da gerente do órgão, Neysa Lima, a quem acusam de praticar assédio moral contra os funcionários da instituição e, sobretudo, negligenciar no tratamento aos usuários do serviço. Denúncias neste sentido vêm sendo feitas desde quando a gerente assumiu o cargo.
Os servidores afirmam que a ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) já foi avisada do problema e que 17 boletins de ocorrência já foram feitos contra a gerente. O caso também já foi levado ao Ministério Público estadual.
Tudo isso não foi suficiente até agora para que a prefeitura de Belém tomasse qualquer providência para tentar resolver esta grave situação.
Parte de um problema mais sério
Mas esta situação é apenas parte de um problema mais sério. O fato é que a prefeitura, ao longo do mandato do atual gestor, vem promovendo o desmonte do serviço e dos princípios que deram origem às Casas, inauguradas na gestão de Edmilson Rodrigues na prefeitura de Belém. Foram criadas: a Casa Mental para crianças e adolescentes, a Casa Mental para adultos e a Casa mental de Mosqueiro, espaços que priorizavam a integração dos usuários à família e à comunidade.
Nesta área de saúde mental o governo do Povo deu passos importantes para melhorar a assistência ao sujeito em sofrimento mental. Este programa foi desenvolvido com a participação de profissionais especializados na área da saúde mental, compromissados com a luta do Movimento Antimanicomial. Uma referência iniciada contra os manicômios e contra a lógica que os sustentou desde a sua criação: a lógica da exclusão.
Na época, os usuários chegavam às Casas de saúde mental pela manhã e retornavam ao lar à noite, depois de passarem por terapias e atividades de lazer como passeios a museus, teatros e atividades pedagógicas. Experiência muito importante para o avanço da Política da Reforma Psiquiátrica em Belém, com a criação dos serviços substitutivos ao manicômio.
Renovar o espírito do tratamento: humanizá-lo.
Esta experiência buscou refletir o ideário de um movimento que nasceu e cresceu do desejo de se renovar o espírito do tratamento, humanizá-lo, e mais que isso, substituir a lógica manicomial por outra lógica que possibilite a criação de um sistema mais eficaz, preocupado com a inclusão ou reinserção social do portador de sofrimento mental.
Neste sentido, é fundamental que os profissionais, usuários e entidades que atuam para que os direitos do sujeito em sofrimento mental sejam respeitados, não abram mão dos avanços e das conquistas alcançadas e unam-se cada vez mais para vencer as dificuldades ainda existentes e para promover a valorização e o respeito aos profissionais e usuários do serviço.
Todos à luta! Nenhum direito a menos.
Novembro - Belém do Pará
Movimento de Luta Antimanicomial/PA
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