A cena (exibida em tvs de todo o mundo), daquela ação policial na Cidade Velha, bairro central de Belém, na qual um desesperado refém se virava de todas as maneiras inimagináveis para escapar das mãos de um terrível assaltante armado, que atirava e levava tiro de um policial militar, foi realmente chocante.
O policial militar ruim de tiro e, apesar disso, sortudo, já que uma das balas desferidas pelo bandido acertou exatamente na fivela de aço do seu cinto, estava absolutamente solitário naquela ação. Parecia que seus colegas policiais o haviam deixado sozinho naquele momento. Talvez não quisessem tomar parte naquele ato tresloucado do companheiro de farda. Afinal, onde já se viu entrar em confronto com um bandido que mantêm um refém?!
Pior ainda foram os comentários dos apresentadores dos telejornais de Belém (Barra Pesada, Metendo Bronca, ambos da TV RBA e Balanço Geral, da TV Record). Todos foram unânimes em exaltar o ‘heroísmo’ do policial militar. Não fazendo sequer menção ao desespero do refém. Como se ele não estivesse presente naquela cena estarrecedora.
Devo fazer justiça à apresentadora Úrsula Vidal, do SBT, que, ao iniciar entrevista com o comandante da PM, teve o bom senso de criticar aquela atitude irresponsável dos policiais envolvidos na operação. Seu entrevistado, claro, não concordou.
Para mim, aquele refém merecia uma medalha de tamanho proporcional à incompetência da Policia Militar paraense.
E um caminhão do Corpo de Bombeiros para levar o prêmio pra casa.
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