quinta-feira, 17 de março de 2011

Ex-servidores de deputado condenados por estelionato


Ex-funcionários ligados ao secretário de Educação do Pará e deputado licenciado Nilson Pinto (PSDB-PA) foram condenados pela Justiça de Brasília pelo crime de estelionato e crime continuado. Eles promoveram um golpe contra bancos que ofereciam crédito consignado a servidores da Câmara, fraudando contracheques e documentos do departamento de Recursos Humanos da Casa.
Nilson Pinto não foi indiciado, denunciado e muito menos condenado no processo. Seu ex-motorista, um dos envolvidos no golpe, continua prestando-lhe serviços eventuais e ainda trabalha para o suplente de Pinto, de acordo com relato de funcionária ouvida pelo site. Outro condenado foi um assessor importante no gabinete de Pinto que, mesmo depois de ser preso, manteve o posto por oito meses e chegou a fazer uma doação para a sua campanha. Procurado, Nilson Pinto não retornou os contatos do Congresso em Foco.
Em fevereiro e março de 2006, segundo o Ministério Público, o então assessor do gabinete de Pinto, Madson Luís de Lima Bentes, comandou um esquema fraudulento na Câmara, em que forjava contracheques para obter empréstimos consignados em nome de terceiros. Até documentos de funcionários falecidos foram usados para simular bons salários, o que permitia a obtenção de financiamentos mais altos. Obtidos os créditos, as dívidas nunca eram pagas. Madson utilizou um documento de seu primo, o geólogo Mário Sérgio Bentes dos Santos, assessor do deputado em Belém, como matriz para forjar empréstimos consignados em nome de terceiros. Entre eles, o ex-motorista de Pinto conhecido como “Loro” – apelido de Francisco da Costa Cunha Júnior – e o hoje desempregado Marcelo Raimundo da Silva.
A sentença do juiz Domingos  Sávio Reis de Araújo, da 2ª Vara Criminal de Brasília, condenou no dia 28 de fevereiro Madson e Raimundo por três estelionatos concretizados e uma tentativa, além de crime continuado, num golpe que lesou o banco GE Capital em R$ 131 mil. Madson vai ter que pagar uma multa, ainda indefinida. Assim como Raimundo, terá ainda que prestar serviços comunitários, também a serem definidos pela Vara de Execuções Penais.
O motorista “Loro” não foi localizado pela 2ª Vara e seu processo terá continuidade à parte, mas ele informou ao Congresso em Foco já ter sido condenado em outra ação, pela qual está pagando cestas básicas e prestando serviços comunitários. O caso gerou quatro inquéritos policiais – cujos prejuízos totais somam R$ 350 mil a quatro bancos – mas a decisão da 2ª Vara se refere a apenas ao inquérito 6/2006, um golpe de R$ 131 mil. Num dos inquéritos, “Loro” é acusado de participar de uma fraude de R$ 48 mil contra o banco Alfa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Teia embaraçosa. A justiça poderá arrebentá-la? Possivelmente não. A justiça anda demais indolente no que tange crimes políticos. Onde estarão os políticos que primam pela igualitariedade para todos. Foram esquecidos no período do regime militar dos anos 60 e 70, exilaram seus ideais. Hoje a discrepância social cresce, juntamente com o descaso da justiça a crimes contra o patrimônio público.Essa banalização vem provar que os políticos , com raras exceções honesto estão em via de extinção/Não importa o gênero/ todos têm características similares são omissos, permissíveis/e ...